Gravidez para casais homoafetivos: quais as possibilidades?

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    Desde 2013 a resolução do Conselho Federal de Medicina garante a possibilidade de tratamentos de reprodução assistida para que casais homoafetivos tenham a chance de realizar o sonho de ter filhos. A resolução é um ótimo avanço para casais do mesmo sexo, já que ela permite legalmente que eles procurem tratamentos que possibilitem a gestação de um filho biológico.

    Mesmo em vigor há alguns anos, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a resolução, além de questionamentos de qual tratamento escolher e como funcionam as opções disponíveis atualmente.

    No post de hoje, descrevemos para você dois desses tratamentos, a Fertilização in Vitro e a Inseminação artificial. Confira abaixo os detalhes de cada um deles e saiba quando eles podem ser utilizados.

    Fertilização in Vitro

    A expressão in vitro vem do latim e é usada para descrever processos biológicos que acontecem fora de um sistema vivo, normalmente em recipientes de vidro e controlados por um ambiente de laboratório. E é essa a base da Fertilização in Vitro: o recolhimento de gametas para que a fecundação seja feita em laboratório. Após a fecundação, os embriões são transferidos para o útero materno. A técnica, também denominada de “bebê de proveta”, é considerada “mãe” de diversos processo variantes.

    E como a técnica funciona para casais homoafetivos?

    Fertilização in Vitro é válida tanto para casais femininos, como para casais masculinos. No contexto de casais femininos, ainda há duas opções, no primeiro caso, uma das parceiras teria os seus óvulos fecundados por espermatozoides doados e ela mesma continuaria a gravidez. No segundo caso, existe a opção de que as duas parceiras participem do processo: enquanto uma tem os óvulos fecundados, é a outra que continua a gravidez quando os embriões obtidos são colocados em seu útero.

    O procedimento para execução da Fertilização in Vitro (FIV) em casais femininos, segue os seguintes passos:

    • Em primeiro lugar, existe uma avaliação médica da mulher que fará a indução; São feitos exames de imagem, exames hormonais e exames sorológicos
    • Depois é escolhida uma amostra de sêmen
    • Com o processo sendo controlado e monitorado através de ultrassonografia, há uma hiperestimulação ovariana
    • Em seguida, realiza-se a fertilização dos óvulos obtidos e o cultivo de embriões. Os embriões são transferidos para o útero daquela que irá gestar

    Para casais masculinos, a Fertilização in Vitro é a única opção de reprodução assistida. Segundo a Resolução publicada em 2013 pelo Conselho Federal de Medicina, que garante o direito de casais do mesmo sexo recorrerem a RA, é preciso que o casal masculino encontre uma mulher na família que irá ceder o útero e realizar o processo de gestação.

    A doadora temporária do útero precisa fazer parte da família de algum dos parceiros num parentesco consanguíneo até o quarto grau, ou seja, poderá ser a mãe (em primeiro grau), uma irmã ou avó (em segundo grau), uma tia (em terceiro grau) ou uma prima (em quarto grau).

    Em casais masculinos, o procedimento da Fertilização in Vitro segue os mesmos passos (que foram descritos acima) dos casais femininos, as diferenças ficam para o fato de que os óvulos serão obtidos de uma doadora temporária e, em seguida, os embriões serão transferidos para a doadora temporária de útero.

    Para ambos os casos, tanto para casais masculinos, quanto femininos, a idade da mulher que fornecerá o óvulo é fator importante, isto porque a mulher apresenta declínio de fertilidade com o passar dos anos: a diminuição começa a partir dos trinta anos, é acentuada após os 35 anos, e há uma piora considerável após os 40 anos.

    O declínio da fertilidade feminina é um processo normal e acontece porque existe uma redução significativa na quantidade, e também na qualidade, de óvulos produzidos, até que se chegue a menopausa, fase da vida feminina com o esgotamento total do número de óvulos.

    Inseminação artificial

    inseminação artificial, no caso de casais homoafetivos, é exclusividade para os casais femininos. Para o processo, é preciso que as parceiras obtenham sêmen doado através de um banco de sêmen, com doador anônimo.

    O procedimento para realizar a inseminação intra-uterina passa pelos seguintes passos:

    • A mulher que será inseminada é submetida a uma avaliação médica e são feitos exames de imagem, hormonais e sorológicos para verificar a saúde da paciente
    • É escolhida uma amostra de sêmen no banco de sêmen cadastrado. Os bancos de sêmen são terceirizados e os seus doadores são pacientes saudáveis, com um sêmen normal e eles permanecem anônimos
    • Há a indução da ovulação, onde a mulher faz uso de hormônios para estimular o processo de ovulação. Tudo é monitorado através de ultrassonografias realizadas, em média, a cada dois ou três dias, e que verificam o crescimento dos folículos
    • Ocorre, então, a inseminação intra-uterina, técnica em que o sêmen do doador é preparado, com a seleção dos melhores espermatozóides, que são, em seguida, inseridos dentro do útero

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