A infertilidade pode ser causada por diversas alterações no funcionamento do sistema reprodutor. Entre as mulheres, uma dessas alterações pode ser a endometriose, doença crônica e inflamatória que acontece durante o período reprodutivo.
Ainda que as causas da doença não sejam totalmente conhecidas, os avanços na medicina contribuem para que seja possível tratar a endometriose, revertendo o quadro de infertilidade. Pensando nisso, elaboramos o post de hoje para apresentar os tipos de endometriose e como ela está relacionada à infertilidade. Acompanhe!
O que é a endometriose?
Todo mês, o endométrio, camada de tecido mais interna do útero, é estimulado a crescer pelo hormônio estrogênio, tornando-se uma camada mais grossa. Essa camada tem a função de “captar” o embrião quando há fertilização. No entanto, quando a fertilização não acontece esse tecido descama, sendo eliminado por meio da menstruação.
A endometriose é classificada como o crescimento deste tecido fora do útero. Ou seja, a doença ocorre quando há a presenças de tecido endométrial nos ovários, trompas e órgãos abdominais como bexiga e até mesmo intestino.
Como diagnosticar?
Quando diagnosticada de forma precoce, a endometriose pode ser tratada da melhor maneira. Contudo, devido à superficialidade dos sintomas ou mesmo ausência deles, o diagnóstico precoce se torna difícil.
O exame de ultrassom especializado com profissional capacitado e fazendo preparo intestinal é o método mais rotineiro para identificar a presença da endometriose, e algumas vezes é capaz de detectar a doença em fase inicial. Outras vezes, é necessário realizar Ressonância Nuclear Magnética da pelve.
Em outros casos, durante a realização de videolaparoscopia, podem ser identificados focos de endometriose que possam não ser detectados em exames de imagem.
Por isso, é importante estar em dia com os exames ginecológicos, uma vez que nódulos no fundo da vagina e dor à mobilização do útero podem indicar endometriose.
Quais são os tipos existentes?
A endometriose é dividida em 2 tipos: superficial e profunda. O que caracteriza cada uma delas é o tamanho das lesões, além do local em que o crescimento desordenado do endométrio acontece.
Endometriose superficial
A endometriose superficial é classificada dessa forma por apresentar lesões pequenas, com coloração diferente e tamanho, em geral, de 1 mm. Os focos da doença são principalmente o peritônio (membrana que envolve as paredes do abdome), localizando-se em sua maioria na região pélvica, próxima ao útero.
A endometriose superficial é a forma menos agressiva da doença por raramente atingindo intestino e bexiga. Contudo, ainda é necessário o acompanhamento constante da doença, evitando sua evolução para a forma agressiva, ou seja, a endometriose profunda.
Endometriose profunda
Já a endometriose profunda é caracterizada por sua forma agressiva da doença. Nela, as lesões apresentadas apresentam pelo menos 5 mm de profundidade. De maneira geral, a endometriose profunda atinge as seguintes regiões do corpo da mulher:
- peritônio;
- intestino;
- ureteres;
- vagina;
- bexiga;
- reto.
Qual é relação entre endometriose e infertilidade
Por ser uma doença que afeta o aparelho reprodutor de diversas maneiras, a infertilidade pode estar associada à endometriose por diferentes fatores. Conheça os principais.
Alterações anatômicas e fisiológicas
Com as alterações anatômicas causadas pela endometriose, o funcionamento das trompas, a maturação e desenvolvimentos dos óvulos são prejudicados. Ocorre alteração na receptividade do endométrio à implantação do embrião.
Aspecto imunológico
Em relação ao aspecto imunológico, o sistema imune do corpo deveria atacar somente tecidos estranhos.
Entretanto, no caso da endometriose, o sistema imune identifica o endométrio fora do útero como algo estranho e o ataca, causando inflamação. Isso diminui ainda mais as chances de implantação do embrião.
Quais são os tratamentos?
Caso a mulher deseje engravidar e tenha diagnóstico de endoemtriose, deve passar por avaliação especializada para verificar se há indicação de realização de tratamento para Reprodução assistida.
O tratamento deve variar de acordo com o quadro clínico da mulher, seu nível de dor e interesse ou não em desenvolver uma futura gestação. Por se tratar de um distúrbio do sistema reprodutor, a endometriose aparece em qualquer momento da idade reprodutiva, e pode desaparecer naturalmente após a menopausa.
O tratamento pode ser realizado por meio de medicamentos que regulam a produção e captação de hormônios, principalmente o estrogênio e a progesterona.
Dessa maneira, pode-se limitar o aumento das células do endométrio, impedindo a progressão da doença e diminuindo seus sintomas de maneira significativa. Os tratamentos mais comuns utilizados, são:
- medicamentos à base de progesterona;
- inibidores de enzima de aromatase
- pílulas anticoncepcionais;
- tratamento cirúrgico.
- DIU hormonal.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico para a endometriose tem como objetivo retirar as lesões causadas pela doença em casos de dor não controladas com medicamentos ou nos casos de lesões que prejudiquem os funcionamentos dos órgãos. No entanto, a chance do reaparecimento da doença após certo tempo pode acontecer.
Dessa forma, agora que você conhece os tipos de endometriose e como ela está relacionada a infertilidade, realize exames periódicos para evitar as complicações da doença e, ao notar dificuldades para engravidar, procure um médico especialista. Somente um profissional é capaz de diagnosticar alterações e orientar em relação aos tratamentos adequados para casa situação.
Gostou deste post?
Então, veja também o que fazer após o diagnóstico de infertilidade!