A infertilidade atinge cerca de 15% dos casais em algum momento. Diante desta situação, a investigação para a causa do problema pode indicar a infertilidade feminina, ou seja, relacionada à mulher.
Para isso, é necessário a avaliação da função ovariana, reserva ovariana, útero, tubas uterinas e endométrio, como forma de diagnosticar o problema e permitir que o médico avalie a melhor conduta para o tratamento de fertilidade. A seguir, criamos uma leitura com informações relacionadas aos exames mais comuns utilizados para o diagnóstico da infertilidade feminina. Acompanhe!
O que pode ser entendido como infertilidade feminina?
Antes de conhecermos os exames comuns usados no diagnóstico da infertilidade feminina, vamos entender melhor essa condição. A infertilidade é a dificuldade que a mulher tem em conceber ou levar uma gestação a termo.
Em outras palavras, na infertilidade feminina não se enquadram apenas mulheres com dificuldade na fecundação e implantação do óvulo, mas também aquelas que passam por perdas recorrentes na gestação. Dessa forma, a infertilidade feminina pode ser classificada em primária e secundária.
Na infertilidade primária, a mulher não apresentou gestação anterior. Já na secundária, houve uma gravidez anterior. Isso significa que a gestação anterior não garante a condição de fertilidade para outra gravidez.
Idade, hábitos e exames: quais são as formas de investigação?
A investigação para a infertilidade feminina é desenvolvida em diferentes etapas. O início se dá por meio do exame físico que possibilita ao médico perceber indicações e alterações sugestivas para o problema, como presença de acne, aumento de pelos corporais, excesso de peso, e mais.
Além disso, os exames de abdome, vaginal e toque podem contribuir para a identificação de aumento no volume uterino, presença de secreções vaginais infecciosas e dor. Algumas das doenças que podem ser diagnosticadas, ou apontadas como hipóteses por esses exames são a síndrome dos ovários policísticos, endometriose, miomas e infecções.
Para a confirmação da suspeita e o diagnóstico da causa da infertilidade feminina, alguns exames laboratoriais também são realizados posteriormente. Em geral, a avaliação da reserva ovariana é um dos primeiros a ser solicitado. O objetivo é poder avaliar a quantidade de folículos (bolsas que armazenam óvulos) apresentados pela mulher.
A ultrassonografia transvaginal é o principal teste a ser realizado, indicando o número de folículos menores, e possibilitando a contagem de folículos com a capacidade de ovular. Os testes hormonais também são necessários para que o médico faça uma avaliação dos níveis de hormônios reprodutivos no organismo da mulher.
Da mesma forma, os exames de sangue são essenciais para confirmar ou descartar processos inflamatórios que podem afetar órgãos femininos, muitas vezes causados por bactérias sexualmente transmissíveis.
O útero e as tubas uterinas são analisados por exames de imagem. Algumas obstruções são consideradas a segunda maior causa comum da infertilidade feminina. As anormalidades na anatomia do útero, congênitas ou provocadas por condições como endometriose, pólipos e miomas dificultam o desenvolvimento de uma gestação.
Histerossalpingografia
A histerossalpingografia é um exame realizado por meio da disposição de contraste dentro da cavidade do útero e tubas uterinas, realizando-se uma radiografia. Esse exame consegue avaliar melhor a anatomia da mulher, identificando alterações que poderiam ser prejudiciais para o encontro do espermatozoide com o óvulo, assim como o transporte do embrião.
A histerossalpingografia pode causar um pequeno desconforto. No entanto, é cada vez menor com a utilização de cateteres vaginais mais finos para a aplicação do contraste e administração de medicamentos analgésicos antes do procedimento ser realizado.
Videohisteroscopia diagnóstica
A videohisteroscopia diagnóstica é considerada o melhor exame para identificar alterações uterinas e infertilidade feminina, por permitir ao médico a visualização diretamente. Feito com passagem de uma pequena óptica pelo canal da vagina e colo de útero, expansão da cavidade uterina e soro fisiológico ou gás carbônico, a videohisteroscopia diagnóstica permite a visualização de todas as paredes do útero. Assim, se torna possível o diagnóstico de qualquer alteração. O teste não faz parte da avaliação inicial da mulher, sendo um complemento para os outros exames.
Videolaparoscopia
A videolaparoscopia é um dos exames cirúrgicos considerado mais invasivo, quando comparado aos outros usados para o diagnóstico da infertilidade feminina. Com pequenas incisões na pele, o médico cirurgião pode observar o interior do abdome por meio de câmeras, avaliando a estrutura de órgãos reprodutores.
Em alguns casos, é possível constatar detalhes até mesmo a olho nu, devido às tecnologias de vídeo que estão disponíveis. Ainda que seja invasiva, a videolaparoscopia costuma ser usada apenas quando há um fim terapêutico, permitindo o diagnóstico e tratamento da condição, de forma simultânea.
Ultrassom endovaginal
Por fim, no diagnóstico da infertilidade feminina, o ultrassom endovaginal, ou transvaginal, é fundamental para avaliar a anatomia do sistema reprodutor feminino e também seu funcionamento.
Esse exame verifica detalhes como o tamanho dos ovários, identifica alterações na estrutura uterina, como miomas, septos e outras malformações. Além disso, detecta sinais de ovulação e pode diagnosticar doenças como a endometriose, uma das causas da infertilidade na mulher.
Contudo, o achado de qualquer uma dessas alterações por meio do ultrassom endovaginal não indica de forma necessária que sejam causas da infertilidade, visto que essas condições geralmente resultam em um conjunto de fatores.
Os exames apresentados na leitura de hoje são fundamentais para o diagnóstico da infertilidade feminina, contribuindo para que o médico, junto à mulher, possa avaliar o melhor tratamento de fertilidade diante de cada condição, individualmente.
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