Os tratamentos de reprodução assistida são técnicas procuradas por mulheres que desejam engravidar e, por algum motivo, não conseguem desenvolver uma gestação ou levá-la adiante.
Dentro deste universo, um dos termos muito conhecidos é a barriga de aluguel. No entanto, muitas pessoas não sabem o verdadeiro significado do termo, e acabam por confundir a gestação solidária, conhecida como “barriga de aluguel”, com um procedimento que não pode ser realizado.
A seguir, você vai entender melhor o que é barriga de aluguel, qual o termo correto a ser utilizado e como essa técnica se encaixa na reprodução assistida. É só continuar a leitura conosco e conferir!
O que significa “barriga de aluguel”? O que o termo quer dizer?
O termo barriga de aluguel, ainda que muito utilizado no universo da reprodução assistida, é uma expressão inadequada. Afinal, barriga de aluguel implica em uma relação comercial que não é permitida no Brasil. Dessa forma, o termo correto a ser utilizado é útero de substituição, ou barriga solidária.
A barriga solidária é uma alternativa utilizada na reprodução assistida para a mulher que não pode engravidar, seja por não ter útero ou pela presença de doenças que contraindicam a gestação, mas que tenham óvulos saudáveis.
Em uma situação como esta, o casal pode gerar um embrião, por meio da FIV (fertilização in vitro). O embrião é transferido para o útero de outra mulher, que será quem carregará o bebê durante a gestação e, após o nascimento, ele ficará com o casal responsável pela FIV.
Em quais casos a barriga solidária pode ser utilizada
A barriga solidária é indicada para mulheres que não tenham o útero, ou seja, submetidas à retirada por meio de histerectomia. Além disso, também é indicada essa alternativa na reprodução assistida quando há a presença de defeitos congênitos e outras doenças, como:
- malformações uterinas ou ausência do útero, como na Síndrome de Rokitansky;
- doenças maternas com alto risco de morte durante a gestação (doenças cardíacas, pulmonares ou renais graves);
O que é a barriga solidária?
Atualmente, a procura por métodos de reprodução assistida é crescente, incluindo a barriga solidária. De maneira geral, esse procedimento é semelhante a uma FIV tradicional.
São usadas medicações para estimular a produção de óvulos da mãe, captação dos óvulos no momento ideal e é realizada a fertilização deles com espermatozoides do pai. No entanto, os embriões desenvolvidos são implantados no útero de substituição, ou seja, da barriga solidária, que foi previamente preparado com hormônios para recebê-los.
Tanto o casal responsável pelos gametas, quanto a mulher que doará o útero, devem passar por consulta médica especializada antes do procedimento, de modo a realizar os exames necessários para garantir a saúde dos envolvidos e sucesso da reprodução assistida.
Qual a diferença de barriga de aluguel para barriga solidária?
Barriga de aluguel é o termo usado quando uma mulher aluga o próprio útero para gerar o bebê de outra pessoa, contudo, mediante pagamento. Essa condição é proibida no Brasil.
Já no caso da barriga solidária, a mulher empresta, de maneira voluntária, o útero para gerar o bebê de outra pessoa, sem cobrar nada por isso. Na prática da barriga solidária, só não é preciso obter autorização de conselhos médicos caso o parentesco familiar entre a cedente temporária do útero e um dos pais seja de até 4º grau. Isto é:
- 1º grau – filhas e mães;
- 2º grau – avós e irmã;
- 3º grau – tias e sobrinhas;
- 4º grau – primas.
Como funciona a barriga de aluguel no Brasil
A Resolução do Conselho Federal (CFM) de Medicina determina que as doadoras temporárias do útero sejam parentes de até quarto grau do casal que está realizando o tratamento. Para os demais casos, é necessário obter a autorização do Conselho Regional de Medicina.
Nesses casos, a relação entre os participantes da barriga solidária será exatamente oposta à que se tem na doação de óvulos, pois para obter maior sucesso e tranquilidade no tratamento é preciso que os envolvidos tenham um vínculo prévio. Essa é uma forma de evitar problemas no futuro.
Como funciona a barriga solidária na prática
De acordo com o CFM, após definir a responsável pela barriga solidária, o próximo passo é buscar uma clínica de reprodução assistida especializada. Para casais homoafetivos, a mulher deve ser da família do casal. A regra também se aplica caso o solicitante seja solteiro.
Em seguida, a mulher que vai gerar o bebê precisa assinar um termo de consentimento para autorizar o procedimento, assim como afirmar que está ciente dos riscos da gestação. Este documento deve constar os dados da responsável pela barriga solidária, aspectos biológicos e como será o registro da criança após seu nascimento.
Todos os envolvidos devem assinar o termo. Caso a barriga solidária seja casada, ou viva em união estável, o cônjuge também deverá assinar os termos, demonstrando estar ciente do procedimento.
Após concordância de todos os envolvidos, será realizada avaliação e acompanhamento psicológico desse casal e da paciente cedente do útero para gestação, assim como de seus familiares, se necessário.
Por fim, a técnica de reprodução assistida utilizando barriga solidária deve ser realizada somente em clínicas especializadas, que sejam autorizadas pelo CFM. Afinal, esse é um tratamento diferenciado, que exige generosidade e acompanhamento médico e psicológico.
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