Com a evolução das técnicas de reprodução assistida nas últimas décadas, casos graves de infertilidade deixaram de ser um impedimento à gestação biológica.
Uma delas é a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), indicada para homens que apresentam dificuldades na produção de gametas ou mesmo que tenham passado por procedimentos que a impeça, como a vasectomia.
A realização da ICSI consiste na introdução de um único espermatozoide selecionado dentro do óvulo, em laboratório, para a realização de fertilização in vitro (FIV).
Como surgiu a ICSI
O primeiro nascimento através da fertilização in vitro com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides ocorreu em 1992, na Bélgica, representando um marco mundial para a medicina reprodutiva.
No Brasil, o método começou a ser utilizado apenas dois anos mais tarde e rapidamente se popularizando nas clínicas.
Antes disso, casais em que o homem era diagnosticado com quadros de infertilidade grave ou mesmo que produzisse baixa quantidade de espermatozoides precisavam recorrer a bancos de doadores de sêmen.
A ICSI possibilitou a essas famílias gerarem filhos biológicos de ambos os lados, de pai e mãe.
Para quem é indicado a ICSI
Antes de decidir realizar o procedimento, decisão que deve ser tomada com o auxílio de um profissional especializado, é preciso que o homem saiba qual a causa e o grau da infertilidade.
Baixa produção de sêmen, dificuldade com a ejaculação ou mesmo quando ela acontece de forma retrógrada são alguns dos principais indícios que os levam ao consultório.
Contudo, nem sempre as causas são tão perceptíveis. Para essa investigação, os exames mais comuns são o de sangue, que identifica o nível de hormônios (como a testosterona), o espermograma, que avalia a saúde reprodutiva masculina e a qualidade do sêmen coletado, e o autoexame testicular, que deve ser realizado pelo próprio homem cotidianamente.
Há também casos resultantes de tratamentos médicos e cirurgias, como a quimioterapia e a vasectomia, respectivamente.
Em ambos os casos, é necessário que os gametas sejam congelados antes do início do tratamento e/ou da cirurgia, por meio da criopreservação.
É muito comum que casais recorram à injeção intracitoplasmática de espermatozoides depois de não obter sucesso com tratamentos de reprodução, como a inseminação artificial (AI) e a fertilização in vitro (FIV) clássica. Ela também pode ser utilizada em casos em que haja um baixo número de óvulos disponíveis para a fecundação, aumentando as chances de sucesso.
Como funciona a ICSI
Para a realização da ICSI, o primeiro passo consiste na coleta dos espermatozoides por meio de masturbação, métodos como a eletroejaculação ou técnicas cirúrgicas, como a biópsia testicular, para os casos em que o paciente não apresente gametas no material ejaculado. Quando o material já se encontra previamente congelado através de criopreservação, é necessário que haja o descongelamento das amostras.
Após coletados, os espermatozoides são levados para o laboratório, onde é efetuada uma série de exames que avaliam desde a quantidade e qualidade de sêmen produzido, passando pelas suas características morfológicas até chegar à análise da sua capacidade de mobilidade. A partir daí, são selecionados os que apresentam melhor qualidade, que serão utilizados para a fecundação dos óvulos por meio da fertilização in vitro (FIV).
É nesse procedimento que a injeção intracitoplasmática de espermatozoides ocorre, quando o melhor gameta masculino selecionado é inserido dentro do óvulo, em laboratório, por meio de uma agulha finíssima. Após a fecundação, o desenvolvimento do embrião é acompanhado até a sua maturação, quando é transferido para o útero que irá gerá-lo.
ICSI com a FIV
Como descrevemos anteriormente, a ICSI é o método mais eficaz de fecundação do óvulo na fertilização in vitro (FIV). Isso porque, ao inseri-lo diretamente no gameta feminino, os espermatozoides que não conseguiriam chegar ao óvulo em função de sua baixa mobilidade são capazes de gerar um embrião.
Antes da realização do procedimento, contudo, é necessário que os óvulos também sejam coletados. O processo ocorre em duas etapas: primeiramente, a mulher passa por estimulação ovariana, que induz à liberação de mais óvulos por ciclo. Logo após, é feita a punção folicular, em que eles são retirados do ovário por meio de procedimento cirúrgico simples.
Os óvulos são selecionados paralelamente aos espermatozoides, até que os melhores sejam separados para a fecundação. Assim que o embrião chega à fase de maturação, é transferido para a cavidade uterina.
Como é possível perceber, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma das técnicas mais avançadas e seguras de reprodução assistida. Desde o seu desenvolvimento, há mais de duas décadas, ela auxilia casais na gestação de filhos biológicos.
Para a sua realização, é importante contar com profissionais preparados para te atender, levando em conta as suas demandas e expectativas. A Pró-Criar é especializada em medicina reprodutiva e conta com uma equipe multidisciplinar preparada para te atender. Agende uma consulta conosco!