A infertilidade masculina é a incapacidade do homem em produzir espermatozoides em quantidade ou qualidade suficiente para fecundar o óvulo e resultar em uma gravidez.
A capacidade reprodutiva do homem pode ser influenciada por hábitos de vida como fumar, ingerir bebidas alcoólicas frequentemente, estar acima do peso ou fazer uso de substâncias ilícitas, o que diminui a produção e a qualidade dos espermatozoides.
Entretanto, muitas vezes a infertilidade masculina pode ser decorrente de doenças como alterações na anatomia do sistema reprodutor, infecções, alterações hormonais ou genéticas, ou ser consequência da varicocele, doença que causa varizes nos testículos. Todos estes fatores podem interferir diretamente na produção dos espermatozoides.
Quais os sintomas da infertilidade masculina?
Muitas vezes, a infertilidade não apresenta sintomas, tornando-se difícil seu diagnóstico sem a realização de exames. Porém, há casos em que o homem pode apresentar alguns sinais, como:
- Dificuldade de ejacular ou ejacular em pequenos volumes;
- Diminuição da libido;
- Disfunção erétil;
- Dor, inchaço ou nódulo na área do testículo;
- Ginecomastia (crescimento anormal da mama);
- Diminuição de pelos faciais ou corporais ou outros sinais que indiquem anormalidade cromossômica ou hormonal.
Existem muitas dúvidas a respeito do tema, por isso, nesse artigo separamos alguns mitos e verdades sobre infertilidade masculina para manter você informado e saber quando deve procurar ajuda.
A infertilidade só afeta as mulheres.
Mito. Esse é um dos maiores mitos quando o assunto é infertilidade. Entre as causas de infertilidade, cerca de 30 a 40% estão relacionadas ao homem, e precisam ser investigadas.
A alimentação e os hábitos de vida influenciam na fertilidade.
Verdade. O estilo de vida está diretamente relacionado à nossa saúde. Maus hábitos, como não praticar exercícios físicos e ter uma alimentação não saudável impactam negativamente na fertilidade masculina. O consumo de álcool, cigarros, drogas e anabolizantes também reduzem a quantidade e a qualidade dos espermatozoides.
Homens que já tiveram filhos não terão problemas de fertilidade no futuro.
Mito. Obter uma gravidez de sucesso não significa que o homem não encontrará dificuldades para engravidar sua parceira novamente, e o mesmo acontece com as mulheres.
Existem algumas patologias que causam danos progressivos, como, por exemplo, a varicocele, que geralmente surge na puberdade, mas vai se agravando ao longo do tempo. Isso significa que o homem pode ter um filho antes de apresentar problemas graves e algum tempo depois a condição pode se agravar, impedindo-o de ter filhos novamente.
Homens que fizeram vasectomia são inférteis.
Mito. A vasectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na interrupção dos canais deferentes para impedir a passagem dos espermatozoides. O sêmen continua sendo expelido nas relações sexuais, mas sem gametas, evitando assim a formação de um embrião.
Em muitos casos esse procedimento pode ser revertido através de uma microcirurgia para reconectar as duas partes dos canais deferentes que foram separadas. Após o procedimento, é realizado um exame chamado espermograma, para confirmar se os espermatozoides voltaram a ser ejaculados. O sucesso da cirurgia, e a consequente possibilidade de ter um filho, depende de alguns fatores, como tempo de realização da vasectomia (quanto mais tempo, menor o resultado), tipo de técnica utilizada na vasectomia, entre outros.
A idade do homem não influencia em sua fertilidade.
Mito. Assim como ocorre com as mulheres, a idade influencia sim a fertilidade do homem. Embora os espermatozoides possam ser produzidos durante toda a vida, diferentemente dos óvulos femininos, que a mulher já nasce com um número definido e não os produz, os gametas masculinos vão sendo produzidos em menor quantidade e qualidade, sendo maior o risco de problemas de motilidade e morfologia com o decorrer dos anos. A idade também aumenta as chances de ocorrer uma fragmentação do DNA espermático, dificultando a fecundação.
Homens diagnosticados com câncer podem preservar sua fertilidade.
Verdade. O tratamento oncológico pode destruir os espermatozoides e suas células reprodutivas, por isso, é indicado que o homem que vai se submeter a à quimio ou à radioterapia faça um tratamento para preservar sua fertilidade: o congelamento seminal, antes de iniciar o tratamento oncológico. Cirurgias nos testículos também podem levar à infertilidade.
Esportes podem causar infertilidade.
Mito. A infertilidade só tem relação com a prática esportiva quando esta provocou danos ou lesões nos testículos ou no aparelho reprodutor masculino.
No entanto, alguns esportistas profissionais, como corredores de maratonas ou outros profissionais de alto desempenho, podem ter problemas de fertilidade.
A infertilidade masculina é um problema psicológico.
Mito. A infertilidade masculina é causada principalmente por problemas físicos. Ela pode ocorrer devido a uma deficiente função testicular, problemas anatômicos ou urológicos. Questões emocionais podem dificultar as relações sexuais, como no caso de problemas de ereção, o que, naturalmente, leva a uma dificuldade para engravidar a parceira.
Infertilidade e impotência sexual são a mesma coisa.
Mito. A impotência sexual não afeta a qualidade e a quantidade de esperma. Ela é uma disfunção que está associada à diminuição da libido, à disfunção erétil ou a falhas na ejaculação. Infertilidade e libido não têm relação entre si. Problemas de ereção, por exemplo, podem dificultar a gestação porque impedem o homem de ter uma relação sexual completa.
O aumento da temperatura dos testículos afeta a fertilidade.
Verdade. Os testículos ficam fora da cavidade abdominal para que sua temperatura seja cerca de dois graus a menos do que a do resto do corpo. Ou seja, quando ocorre um aumento da temperatura por tempo prolongado e constante nos testículos, a produção dos espermatozoides pode ser afetada.
Medicamentos podem causar infertilidade.
Verdade. Assim como os remédios para tratar o câncer podem prejudicar a fertilidade, outros tipos de remédios também podem impactar na saúde reprodutiva masculina. Alguns deles podem contribuir para o aumento de casos de infertilidade masculina, como os antidepressivos tricíclicos, anti-hipertensivos, remédios para tratar a artrite reumatoide ou a colite ulcerativa.
A infertilidade masculina pode ser evitada.
Depende. Não há nenhum procedimento específico para a prevenção da fertilidade do homem, mas, como acontece com muitas doenças, a infertilidade pode ser evitada com a adoção de hábitos de vida saudáveis.
Isso inclui evitar a exposição a agentes tóxicos ambientais como calor excessivo, metais pesados como chumbo e mercúrio, manipulação de agrotóxicos e raio-x.
Ou seja, para manter a fertilidade, cuide da saúde de maneira geral, praticando atividades físicas, tendo uma dieta equilibrada, mantendo o estresse controlado, evitando o cigarro e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Agora que já esclarecemos alguns mitos e verdades sobre a infertilidade masculina, sabia como ela é diagnosticada e tratada.
Como a infertilidade masculina é diagnosticada?
A maior parte dos homens descobre sobre a infertilidade na tentativa de obter uma gravidez junto com suas parceiras. Porém, é muito importante que um médico seja procurado para fazer uma investigação mais profunda e, se for o caso, solicitar alguns exames de investigação. Caso seja detectado algo, quanto mais cedo for tratado, mais chances de solucionar.
Os exames mais indicados para avaliar a fertilidade do homem são:
- Espermograma: é o primeiro exame que o especialista em reprodução assistida solicita para avaliar a fertilidade. O espermograma avalia os espermatozoides e o líquido seminal. Para a realização do exame, o homem deve ficar em abstinência sexual total por dois a cinco dias. Na análise são avaliadas a morfologia e motilidade dos gametas, entre outros fatores;
- Teste de fragmentação do DNA espermático: identifica a porcentagem de espermatozoides com alterações no DNA. Acima de 30%, o risco de infertilidade é alto. Alguns fatores de dano ao DNA são transitórios, como o aumento da temperatura testicular e exposição a agentes químicos, como tratamento para o câncer. Outros podem ser revertidos ou tratados, como a obesidade, varicocele e consumo de drogas;
- Avaliação hormonal: com este exame é possível investigar a dosagem hormonal e saber se existe algum hormônio em desequilíbrio que possa estar afetando a fertilidade. No homem, o principal hormônio é a testosterona, responsável pela libido e pelas funções reprodutivas. A produção dela e a regulação na produção de espermatozoides ocorre pela influência de substâncias como a prolactina, o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Os níveis de todos os componentes são avaliados na dosagem hormonal;
- Ultrassom de bolsa testicular: analisa aspectos como o volume dos testículos, presença de nódulos e possíveis alterações que indiquem hidrocele (acúmulo de líquido). Esse exame pode ser complementado com o dopplerfluxometria, que investiga a existência de refluxo de sangue nas veias dos testículos e a possibilidade de varicocele.
A infertilidade masculina pode ser tratada
A infertilidade masculina tem tratamento. Entre eles, destacam-se:
- Tratamento hormonal: indicado quando a infertilidade masculina está relacionada a uma alteração hormonal do paciente;
- Inseminação intrauterina: tratamento de reprodução assistida indicado em casos de fatores masculinos leves;
- Fertilização in vitro: indicada principalmente nos casos mais complexos de infertilidade;
- Fertilização in vitro ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides): indicada quando o gameta masculino possui alguma variação em sua estrutura natural;
- Reversão de vasectomia: pacientes com vasectomia podem optar pela reversão da cirurgia para tentar novamente gestações naturais, com boas taxas de sucesso;
- Varicocelectomia: em alguns casos, o tratamento cirúrgico da varicocele pode melhorar as chances de gravidez natural e trazer melhores taxas de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida, como inseminação e fertilização in vitro.
Nos casos de azoospermia – ausência de espermatozoides na ejaculação -, o casal deve recorrer a um banco de doação de sêmen.
Se você está encontrando dificuldades para ter filhos, procure um especialista em reprodução assistida para que suas condições de saúde, e as da sua parceira, sejam avaliadas. Faça os exames necessários e inicie um tratamento adequado para, em breve, realizar o sonho de ter um filho.
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