Infertilidade e malformações uterinas: estratégias para engravidar com sucesso
Quando um casal encontra dificuldades para engravidar, o primeiro passo é buscar ajuda de um profissional especializado para que possíveis causas sejam investigadas. Em algumas situações, a infertilidade pode ocorrer devido a malformações uterinas, que são alterações anatômicas congênitas do sistema reprodutor feminino, ou seja, a mulher já nasce com elas.
Essas malformações do útero estão presentes em 3% a 5% da população geral, podendo atingir taxas mais altas (até 25%) em pacientes com histórico de aborto de repetição ou prematuridade. Estimativas apontam que as anomalias uterinas são responsáveis por 15% dos abortos que ocorrem entre 4 e 6 meses de gestação.
Existem tratamentos para as malformações uterinas e para a infertilidade que elas podem causar, saiba mais sobre infertilidade por malformações uterinas lendo o texto a seguir.
Malformações uterinas e infertilidade
As malformações uterinas são anomalias do útero que se desenvolvem durante a vida fetal. Quando uma menina está sendo gerada, seu útero se desenvolve como duas metades separadas de duas estruturas tubulares chamadas ductos müllerianos, que se fundem antes de ela nascer.
Caso ocorra uma deformidade do ducto mülleriano, anormalidades uterinas podem se desenvolver. Elas ocorrem por algumas razões:
- Exposição à radiação durante a gravidez;
- Infecções intrauterinas;
- Uso de substâncias como o dietilestilbestrol (estrogênio sintético usado para ajudar a prevenir abortos e problemas na gravidez), que causa malformação no embrião ou feto.
As malformações uterinas aumentam o risco de infertilidade por problemas morfológicos e também por dificultarem a implantação do embrião no útero e o desenvolvimento do feto durante a gestação. Além disso, dependendo do tipo e da gravidade, pode haver risco aumentado de abortos espontâneos no primeiro e segundo trimestres, parto prematuro, baixo crescimento do bebê (restrição do crescimento fetal), pré-eclâmpsia e difícil posicionamento do bebê para o nascimento, entre outras complicações.
Tipos de malformações uterinas
As principais malformações uterinas que podem impactar a fertilidade são: útero didelfo, bicorno, unicorno, septado, arqueado e agenesia uterina.
Útero bicorno
O útero bicorno é uma anomalia uterina comum. Nele, a superfície externa do útero é recuada e há duas cavidades endometriais em vez de uma. Mulheres com útero bicorno normalmente não precisam de cirurgia se desejam engravidar, excluindo-se casos específicos, como histórico de abortamentos de repetição ou partos prematuros.
Útero unicorno
O útero unicorno é aquele que possui apenas metade da cavidade uterina e apenas uma tuba uterina. O útero é menor do que o normal, o que aumenta o risco de abortos de repetição e prematuridade.
Útero septado
O útero septado exibe uma superfície exterior normal, mas um pedaço de tecido ou músculo cria duas cavidades endometriais. Esta é uma das anormalidades uterinas mais comuns também. Mulheres com útero septado têm um risco aumentado de aborto espontâneo.
Útero didelfo
O útero didelfo é um tipo de malformação menos comum onde é formado um útero duplo, cada um com sua própria abertura cervical. Eles podem ser conectados a uma mesma vagina ou a vaginas diferentes. O útero didelfo traz um risco maior de abortamento ou parto prematuro, pois o bebê tem menos espaço para se desenvolver.
Útero arqueado
O útero apresenta uma discreta irregularidade, o que faz com que o fundo uterino tenha uma forma achatada ou côncava. Geralmente não causa dificuldades para uma gravidez.
Agenesia uterina
Neste tipo de malformação uterina, há ausência do útero, ou seja, ele não é formado, ou sua formação ocorre de maneira rudimentar associada à ausência de desenvolvimento dos 2/3 superiores da vagina. Nesses casos, pode ocorrer ausência de menstruação e dificuldade para as relações sexuais.
Diagnóstico das malformações uterinas
Os sinais e sintomas relacionados às malformações uterinas variam de acordo com o tipo de anomalia apresentada, porém, em grande parte das vezes elas são assintomáticas. Quando existe a manifestação de sintomas, os mais comuns são: cólica menstrual, fluxo menstrual aumentado ou irregular e alterações intestinais.
Com isso, geralmente, o diagnóstico das malformações uterinas é feito por meio de exames de imagem solicitados como rotina, quando está sendo investigada infertilidade ou nos casos de complicações obstétricas.
Os mais solicitados são:
- Ultrassom tridimensional;
- Ressonância magnética;
- Histerossalpingografia.
Tratamento e opções
O tratamento para as malformações uterinas é cirúrgico. O procedimento visa corrigir a forma do útero. Caso a mulher não apresente sintomas ou encontre dificuldades para engravidar, não é necessário nenhum tratamento.
Porém, é importante ressaltar que o tratamento cirúrgico nem sempre é eficaz, visto que alterações vasculares ou funcionais do endométrio, miométrio e colo uterino podem também estar presentes quando ocorrem malformações uterinas.
Vale salientar que alguns cuidados devem ser observados no acompanhamento pré-natal de uma paciente com malformação uterina, que deve ser realizado em unidade de alto risco em função da maior chance de complicações, como aumento do risco de abortos de repetição, partos prematuros, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia, entre outras.
Quando uma gestação natural se torna difícil de ser concretizada, existe a opção de tratar a infertilidade causada por malformações uterinas por meio da fertilização in vitro (FIV). Nos casos mais graves, a paciente pode gerar seu filho em um útero de substituição.
Fertilização in vitro
Consiste em uma técnica de reprodução assistida na qual a fecundação dos óvulos é realizada em laboratório. Os embriões resultantes do procedimento são posteriormente transferidos para o útero para que a gestação se desenvolva.
Alguns cuidados devem ser tomados durante a adoção dessa técnica. Em pacientes com útero bicorno ou didelfo, por exemplo, a transferência deve ser realizada escolhendo o lado com melhor condição e um endométrio mais adequado. O número de embriões transferidos deve ser limitado a um ou, no máximo dois, para reduzir as chances de gestações múltiplas e o aumento da probabilidade de parto prematuro ou abortos.
Útero de substituição
Mulheres que não possuem um útero, que têm problemas no funcionamento do órgão ou aquelas que removeram o útero cirurgicamente podem recorrer a uma gravidez com útero de substituição, ou barriga solidária.
Trata-se de um procedimento que pode ser indicado em situações nas quais a pessoa que deseja ter um filho biológico não tenha condição de gerar a criança. Ele é a doação temporária do útero de uma mulher à outra mulher, ou casal, que não pode gerar o próprio bebê.
Conclusão
A saúde uterina é crucial para o sucesso da gravidez e para ter um filho saudável. Problemas com a forma e a saúde do útero, e até mesmo com o revestimento uterino, podem ter um impacto negativo na fertilidade, tornando muito mais difícil ter um filho e talvez até aumentando o risco de um aborto espontâneo ou parto prematuro.
As malformações uterinas são anormalidades com causas congênitas, na maioria dos casos assintomáticas, que podem dificultar a gestação, aumentando os riscos de complicações. Importante saber que há tratamento para essas anomalias e que, caso eles não resultem em uma gestação natural, a mulher pode optar por procedimentos de reprodução assistida.
Para isso, deve-se procurar ajuda de uma clínica especializada em reprodução assistida que possua experiência nas mais diversas técnicas diagnósticas e de tratamento.
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