Para que ocorra a fecundação e um novo ser seja formado, são necessários um óvulo maduro de boa qualidade e espermatozoides com quantidade, mobilidade e formas normais. Quando o óvulo é liberado pelo ovário, ele é captado pelas tubas uterinas para que seja fertilizado pelo espermatozoide. Após a fertilização, o embrião formado é direcionado, também com a ajuda das tubas, para o útero, para que ocorra sua implantação no endométrio (camada que reveste o útero responsável por acolher o futuro bebê para que ele se desenvolva). Esse é o processo em uma gestação natural. Porém, nem sempre o sonho de formar uma família e de ter filhos pode ocorrer dessa forma. Hoje, com famílias sendo formadas de maneiras tão diversas, muitas vezes é preciso “ajuda” da ciência para que esse sonho seja realizado. Uma das situações que requer o conhecimento da medicina é a fertilidade em casais homoafetivos masculinos ou femininos.
Como funciona a fertilidade para casais homoafetivos
Casais homoafetivos femininos
O primeiro passo para que um casal homoafetivo formado por duas mulheres possa realizar o sonho de ter um filho é contar com um doador de espermatozoides, que tanto pode ser um doador anônimo, por meio de um banco de sêmen, quanto alguém com quem tenham parentesco de até 4º grau (primeiro grau: pais e filhos; segundo grau: avós e irmãos; terceiro grau: tios e sobrinhos; quarto grau: primos), desde que não incorra em consanguinidade. Definido quem será o doador, o casal tem duas opções de tratamento.
1 – Fertilização in vitro (FIV)
Na FIV, o óvulo doado de uma das parceiras é coletado e fertilizado em laboratório com o sêmen proveniente da doação para, em seguida, ser implantado no útero de uma delas. Existem duas opções para realizar o tratamento, no caso do casal homoafetivo feminino: na primeira, uma das parceiras teria os seus óvulos fecundados por espermatozoides doados e ela mesma continuaria a gravidez; na segunda, as duas parceiras podem participar ativamente do processo. Ao optar por esse formato, uma tem os óvulos fecundados e, quando o embrião é formado, ele é implantado no útero da outra mulher, que dará continuidade à gravidez. A mulher que gestará o bebê passa por alguns exames para avaliação completa da sua saúde.
2 – Inseminação intrauterina
A inseminação intrauterina é uma técnica mais simples na qual o sêmen doado é inserido no útero de uma das parceiras durante seu período fértil. Neste caso, a fertilização acontece naturalmente no corpo da receptora.
Casais homoafetivos masculinos
No caso dos homens, a única opção para realizar o sonho da paternidade é a fertilização in vitro. Nesse caso, o casal precisa contar com óvulos doados e um útero de substituição, a chamada barriga solidária.
Assim como acontece com os casais homoafetivos femininos, o casal formado por dois homens pode contar com um banco de óvulos ou com a doação de uma parente de até 4º grau (mãe, avó, tia, irmã ou prima), desde que não incorra em consanguinidade.
Definida quem será a doadora, é hora de escolher quem irá gerar a criança, ou seja, quem doará o útero. Essa pessoa deve ser parente de até 4° grau de um dos parceiros e não pode ser a mesma pessoa que doou os óvulos. Além disso, ela deve ter pelo menos um filho vivo e aprovação do cônjuge ou companheiro, apresentada por escrito – se a cedente temporária do útero for casada ou viver em união estável
Em situações em que o casal não possui uma pessoa que possa ceder seu útero para a gestação, o caso é enviado para o Conselho Regional de Medicina para avaliar a possibilidade de realizar o tratamento.
A etapa seguinte é a coleta de espermatozoides de um dos parceiros, em laboratório, para que seja iniciado o tratamento de fertilização in vitro. Segundo as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM), em sua Resolução 2.320/2022, tanto a doação de óvulos quanto de sêmen, assim como a doação do útero de substituição, não pode ter fim lucrativo ou caráter comercial. As doações devem ser um ato de solidariedade e empatia que permitem que um casal homoafetivo constitua sua família como lhes assegura a lei brasileira.
Tanto para casais homoafetivos masculinos quanto femininos, na fertilização in vitro a idade da mulher que fornecerá o óvulo é fator importante. Isto porque a mulher apresenta declínio de fertilidade com o passar dos anos: a diminuição começa a partir dos 30 anos, é acentuada após os 35 anos, e há uma piora após os 40.
Mitos e verdades sobre a fertilidade em casais homoafetivos
Mesmo com a evolução do medicina reprodutiva e com a possibilidade de casais homoafetivos formarem uma família, as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre esse assunto. Por isso, listamos a seguir alguns mitos e verdades sobre a fertilidade para casais homoafetivos.
Lésbicas podem gestar o próprio filho?
Sim. Elas podem utilizar os próprios óvulos para ter o bebê e gestá-lo no próprio útero, caso suas condições de saúde permitam. Os espermatozoides podem ser obtidos em bancos de doadores anônimos ou pela doação de um
familiar de até 4º grau. Em caso de uma nova gestação, o mesmo material genético pode ser usado para que as crianças tenham vínculo biológico.
Homossexuais e transgêneros podem usar os próprios espermatozoides?
Os homens homossexuais e as mulheres transgênero podem utilizar os próprios espermatozoides na fecundação. Neste caso, vale lembrar, é preciso contar com a doação de óvulos e útero.
Lésbicas também podem usar óvulos de doadoras?
Podem, caso elas assim desejem ou quando há a impossibilidade de engravidar com os próprios óvulos.
Como a Huntington Pró-Criar ajuda casais homoafetivos a realizarem o sonho de ter um filho?
Quando um casal homoafetivo decide formar uma família, o primeiro passo é escolher uma clínica de reprodução assistida que tenha infraestrutura adequada, com equipamentos modernos e profissionais especializados nas diversas técnicas de reprodução assistida.
Contar com uma equipe multidisciplinar que, além de estar atenta aos cuidados com a saúde de cada paciente, possa passar as orientações, inclusive legais, faz toda a diferença nesse momento tão importante.
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O Grupo Huntington atua há quase três décadas transformando sonhos em vida e buscando oferecer tecnologias eficazes na reprodução assistida, sempre com o olhar humanizado.
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