Um tema bastante recorrente nos consultórios médicos — e enfrentado por muitos casais — é a infertilidade. E, junto do diagnóstico, vem sempre a dúvida: qual é a causa desse mal? Tem cura ou tratamento? A verdade é que podem ser várias as causas da infertilidade feminina, estando elas relacionadas tanto a fatores internos do próprio corpo quanto a fatores externos, como infecções, por exemplo.
Além disso, ao contrário do que muita gente acredita, essa condição mantém uma proporção equilibrada entre os dois sexos — ou seja, acontece com igual frequência tanto em homens quanto em mulheres. No post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre a infertilidade feminina, suas possíveis causas e tratamentos. Acompanhe e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
O que é a infertilidade feminina?
Antes de falarmos propriamente das causas que podem levar à infertilidade, é importante conhecermos melhor essa condição e saber como se dá o diagnóstico. Basicamente, a infertilidade é a dificuldade que uma pessoa tem de conceber ou levar uma gestação a termo. Ou seja, nela se enquadram não apenas os casais que têm dificuldades na fecundação e implantação do óvulo, mas também aqueles que passam por perdas gestacionais recorrentes.
Nesse sentido, existem dois tipos de infertilidade:
- Primária: quando não houve gestação anterior.
- Secundária: quando a mulher já passou por uma gestação. Isso significa que o fato de a mulher já ter tido outros filhos anteriormente não garante uma condição de fertilidade para outra gravidez.
O diagnóstico
Muitos casais tentam engravidar durante quatro ou seis meses, não conseguem, e já entram em pânico pensando que têm algum problema de infertilidade. Mas isso não é verdade! A chance de um casal fértil engravidar é de 15% a 25% por mês de tentativa.
Portanto, pode levar até um ano para o casal obter a tão esperada gravidez. E isso é absolutamente normal! Na verdade, as investigações e o diagnóstico de infertilidade acontecem para aqueles casais que, em idade fértil, não conseguem engravidar em, pelo menos, um ano de tentativas com vida sexual ativa (de no mínimo, duas vezes por semana) e sem o uso de métodos contraceptivos.
Então, ao constatar a infertilidade do casal, o médico poderá — com a ajuda de exames clínicos e acompanhamento — indicar o tratamento mais assertivo para cada caso, que pode ser desde medicamentos e cirurgias até a reprodução assistida. Justamente por isso, é muito importante que, percebidos os sintomas, tanto a mulher quanto o homem procurem ajuda médica para garantir o tratamento precoce e o restabelecimento das condições de fertilidade.
Quais são as causas da infertilidade feminina?
Idade avançada
A idade da mulher é o primeiro fator de prognóstico da infertilidade. Isso porque a quantidade e a qualidade de óvulos reduzem com o passar dos anos, diminuindo, assim, a chance de uma gravidez natural. Ainda no útero da mãe, um feto do sexo feminino tem em torno de 20 milhões de óvulos. Mas 75% desses óvulos são perdidos no nascimento, e, após o início da menstruação, perde-se ainda muitos outros todo mês.
Entre os 20 e 30 anos, a mulher está no seu ápice fértil. Nessa idade, apenas 3,5% delas apresentam infertilidade. Contudo, aos 35 anos a fertilidade já começa a reduzir drasticamente: apenas 10% das reservas de óvulos iniciais ainda estão disponíveis, e a taxa de infertilidade chega aos 11%. Já aos 40, essa porcentagem de óvulos disponíveis cai para 2,5%, e a taxa de infertilidade chega a altos 87%. Aos 50 anos, praticamente todas as mulheres já não são mais férteis.
Endometriose
A endometriose nada mais é do que o crescimento anormal do endométrio — o tecido que reveste a cavidade interna do útero — podendo atingir órgãos importantes para a reprodução, como as trompas e ovários. Isso pode causar problemas na ovulação e na fixação do óvulo após a fecundação, além de dificuldades de transporte do óvulo fecundado. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) estima que cerca de 10 a 15% das mulheres que menstruam tenham endometriose.
E entre os principais sintomas podemos destacar a presença de cólicas intensas, dor durante as relações sexuais e fluxo menstrual intenso e irregular. Então, caso seja observada a presença de um ou mais sintomas, buscar ajuda médica é fundamental para a realização de exames e obtenção do diagnóstico precoce e o início do tratamento, que deverá controlar a progressão da doença.
Infecções
Outra das possíveis causas da infertilidade feminina são as infecções pélvicas. Causadas por fungos, vírus ou bactérias, elas podem ocasionar alterações nas tubas uterinas e outros órgãos sexuais das mulheres, devido à presença de inflamações do endométrio. Isso faz com que esses órgãos percam suas funções, o que prejudica a fertilização e a implantação dos óvulos no útero. Causando, assim, a dificuldade de engravidar e uma possível infertilidade. Essas infecções são, muitas vezes, assintomáticas. Por isso, fazer visitas periódicas ao ginecologista é essencial para diagnosticar precocemente as infecções e, com isso, dar início ao tratamento, evitando complicações.
Alterações na tireoide
Alterações na tireoide (hiper ou hipotireoidismo) também contribuem para problemas relativos à fertilidade. Isso porque causam um desequilíbrio hormonal no organismo, acabando por interferir no ciclo menstrual da mulher.
Entre os principais sintomas das alterações na tireoide, destacam-se:
- Perda de peso
- Fraqueza muscular
- Letargia
- Dormência nas mãos
- Alterações intestinais (prisão de ventre ou diarreias)
- Alterações do ciclo menstrual
Tanto o hipo quanto o hipertireoidismo são facilmente tratados com medicamentos que regulam a função da tireoide, favorecendo a gravidez. Por isso, não vacile: procure ajuda médica logo que perceber os sintomas!
Dificuldade de ovulação
Outro fator que pode ser causa da infertilidade feminina é a dificuldade ou a falta da ovulação, seja por fatores internos da própria mulher ou externos. Conheça alguns desses fatores:
Doenças graves
Doenças graves que exigem um tratamento mais pesado, como o câncer, por exemplo, podem fazer com que as mulheres deixem de ovular após as sessões de radioterapia e quimioterapia, comprometendo a fertilidade. Nesses casos, o congelamento de óvulos pode ser uma saída interessante para que a mulher preserve sua fertilidade mesmo após esses tratamentos mais invasivos.
Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
Já como fator interno que pode atrapalhar a ovulação, temos a síndrome do ovário policístico. Nesse caso, os ovários aumentam de tamanho devido ao acúmulo de folículos estacionados, o que causa múltiplos cistos, deixando a ovulação — e, como consequência, a menstruação — irregulares. Como sintomas, além do ciclo menstrual irregular, observa-se o aumento de peso e de oleosidade da pele, além do aumento de pelos no corpo devido a uma maior produção de hormônios masculinos.
O tratamento da síndrome, portanto, é feito a partir da administração de hormônios que estimulam a ovulação, aumentando, assim, a chance da mulher engravidar naturalmente. Enfim, como é possível perceber, existem muitas causas da infertilidade feminina. Porém, existem também muitos tratamentos para reverter o quadro e auxiliar o casal na busca pela gravidez.
Então, ao primeiro sinal de infertilidade, procure logo um médico para um diagnóstico mais preciso e a indicação do tratamento mais adequado para o seu caso. Com um bom aconselhamento, uma equipe de confiança e os avanços da medicina, não é preciso desanimar!
E aí, gostou do post? Veja outros assuntos relacionados a fertilidade e infertilidade em nosso blog.