Doença silenciosa e que pode causar infertilidade, a endometriose acomete entre 10% e 15% das brasileiras em idade fértil. Em pacientes inférteis, estima-se que, aproximadamente, 50% tenha endometriose. Esse elevado número fez com que a quantidade de pesquisas sobre o assunto crescesse muito na última década, melhorando os tratamentos disponíveis. Para entendermos melhor sobre essa doença, vamos entender como ela ocorre:
O que é endometriose?
A camada de tecido mais interna do útero se chama endométrio. Todo mês, o endométrio é estimulado a crescer pelo hormônio estrogênio, se tornando uma camada mais grossa. É essa camada que tem a função de “captar” o embrião quando há fertilização. Quando não há, esse tecido descama e é eliminado através da menstruação. Endometriose nada mais é do que a presença de endométrio fora do útero, podendo estar nos ovários, trompas ou até mesmo intestino e bexiga.
Quais são os sintomas?
Os sintomas variam muito de mulher para mulher. Os mais comuns são:
- Cólicas menstruais intensas;
- Dor pélvica (especialmente durante a menstruação);
- Infertilidade
- Dor durante o sexo
- Desarranjo ou dor intestinal no período menstrual; e
- Urgência e possível dor ao urinar.
Portadoras de endometriose podem ter um, todos ou nenhum desses sintomas. Na verdade, 25% das mulheres com a doença não apresentam nenhum sintoma, tornando o diagnóstico ainda mais difícil.
Como diagnosticar a endometriose?
Diagnosticada precocemente, a endometriose pode ser melhor tratada. No entanto, devido à superficialidade dos sintomas ou mesmo ausência deles, o diagnóstico precoce se torna bastante difícil. O exame de ultrassom é utilizado para identificar a presença de endometriose, sendo algumas vezes, capaz de detectar a doença em fase precoce. Apesar de eficaz, o diagnóstico só é 100% confirmado a partir de outro método denominado videolaparoscopia. Este é o único exame capaz de definir de forma objetiva e conclusiva a extensão da doença. É importante estar em dia com os exames ginecológicos, uma vez que nódulos no fundo da vagina e dor à mobilização do útero podem indicar endometriose.
Qual a relação entre endometriose e infertilidade?
A endometriose afeta o aparelho reprodutor de diversas maneiras, e a infertilidade, que pode estar associada à doença, não ocorre devido a um único fator. Algumas das coisas que ocorrem e alteram a fertilidade:
Alterações anatômicas e fisiológicas
O funcionamento das trompas e a maturação e desenvolvimentos dos óvulos ficam prejudicados. Ocorre alteração na receptividade do endométrio à implantação do embrião.
Aspecto imunológico
O sistema imune deveria atacar somente tecidos estranhos. No caso da endometriose, o sistema imune identifica endométrio fora do lugar como algo estranho e o ataca, causando inflamação. Isso faz com que as chances de implantação do embrião diminuam ainda mais. Apesar de relacionadas, a endometriose não leva necessariamente a infertilidade. Cada caso deve ser avaliado separadamente.
Como tratar?
O tratamento varia de acordo com a intensidade e a intenção de engravidar. Caso o objetivo seja apenas melhorar a dor, o tratamento pode ser por meio de remédios ou cirurgia. Para casais que desejam engravidar, a abordagem é diferente. Os remédios não são indicados pois agem como anticoncepcionais. A cirurgia, por sua vez, pode ser indicada pois evidências apontam que leva a uma melhora na fertilidade.
A opção mais comum é não tratar a endometriose e utilizar de um método de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. Esse método tem excelente indicação, boas taxas de sucesso e, portanto ajuda a conseguir a gravidez. Como cada caso tem um desenvolvimento diferente, é essencial procurar um especialista em reprodução assistida e ver qual a melhor opção pra você.
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