A chegada da pandemia gerou mudanças na rotina de grande parte da população, interferindo até mesmo em planos que não poderiam ser prorrogados, como a fertilização in vitro. Com o desconhecido que o Novo Coronavírus trouxe, muitas famílias que escolheram este ano para uma possível gravidez se viram cercadas de dúvidas e incertezas.
Apesar do Ministério da Saúde ter incluído as gestantes como grupo de risco para a Covid-19, nenhum estudo concluiu que o novo vírus representa perigo para mãe ou bebê. Este fato, associado à questão de que muitas mulheres têm suas chances diminuídas com o adiamento da gravidez, nos traz até o conteúdo de hoje.
Vamos falar um pouco mais sobre o tema em nosso texto. Confira!
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Como vimos anteriormente, ainda não há evidências científicas que indiquem riscos para a mãe que tenha realizado a fertilização in vitro nem para o bebê em relação ao Novo Coronavírus, diferente do que foi presenciado no período de epidemias como do H1N1 e Zika Vírus.
Diante da Covid-19 ainda não se sabe de forma clara quais podem ser os riscos, se existe a possibilidade de transferência de mãe para feto, ou possíveis complicações. Contudo, o que faz do adiamento da fertilização in vitro um problema é o fato de ainda não sabermos até quando a pandemia permanecerá. Dessa forma, a fertilidade acaba sendo prejudicada, visto que o atraso para a realização do procedimento pode trazer graves consequências para o casal que pretende engravidar.
Conheça mais sobre a rotina e as etapas da fertilização in vitro
A fertilização in vitro conta com algumas etapas que levam certo tempo para serem realizadas. Por isso, planejar o procedimento para que tudo ocorra da melhor forma, principalmente no momento da pandemia, é fundamental. Conheça as etapas da fertilização para entender melhor a necessidade da organização do tempo de realização.
Estimulação ovariana e indução para a ovulação
Em muitos casos, a dificuldade para engravidar pode estar relacionada a problemas hormonais que prejudiquem a ovulação. Na fertilização in vitro o tratamento começa com o uso de hormônios para a estimulação dos ovários, como forma de liberar um grande número de óvulos no ciclo menstrual, aumentando as chances de uma fecundação bem-sucedida. Uma vez que seja constatado em exames ultrassonográficos e de dosagens hormonais que esses óvulos estejam maduros, outro hormônio é administrado para induzir a ovulação.
Punção de ovários
Após cerca de 35 horas da indução da ovulação, esses óvulos precisam ser retirados para que sejam fecundados em laboratório. O procedimento é realizado em um centro cirúrgico onde ocorre a coleta. O material é enviado então vai para um laboratório em que será separado e preparado para a fecundação.
Fecundação
Depois da coleta de sêmen, seja pelo pai ou doador, os óvulos são fecundados pelos espermatozóides em laboratório, com o material colocado em placas de cultura e mantidos em incubadoras com condições para que a fecundação aconteça naturalmente.
Cultivo embrionário
Com a fecundação, o embrião é monitorado até atingir seu desenvolvimento ideal para a transferência no útero da mãe. Esse processo pode durar entre 2 a 6 dias, de acordo com o desenvolvimento do embrião.
Transferência do embrião
Por fim, a última etapa está relacionada à transferência dos embriões para o útero da mãe. Como essa ação requer preparo, é provável que o material precise ser congelado para que a implantação aconteça somente no ciclo seguinte, levando mais tempo para o procedimento.
Teste de gravidez
O teste de gravidez é realizado entre 10 a 14 dias após a transferência do embrião. Caso o resultado seja positivo, um ultrassom transvaginal é feito depois de 10 dias do exame, como forma de visualizar o saco gestacional e confirmar a gravidez por fertilização in vitro.
Precisa viajar para realizar a FIV? 8 fatores para considerar no planejamento
Durante o período de distanciamento social, a necessidade de realizar consultas que antecedem a fertilização in vitro também pôde ser modificada. Para manter-se em segurança e respeitar as medidas de prevenção, o casal pode contar com o atendimento médico por meio de consulta em teleconferência.
Assim, é possível dar continuidade ao procedimento mesmo à distância, sem que seja necessário o deslocamento de nenhum dos envolvidos. Entretanto, para a realização das etapas da fertilização in vitro, o casal deverá comparecer até a clínica. Por isso, alguns fatores devem ser considerados para manter a saúde de todos, evitando a transmissão da Covid-19. Confira quais são eles:
- uso contínuo de máscara;
- aferição da temperatura ao chegar até a clínica;
- realização do teste para diagnóstico da Covid-19;
- uso de álcool em gel;
- lavagem das mãos com água e sabão sempre que possível;
- distanciamento de pelo menos 1 metro entre outras pessoas;
- evitar tocar nos olhos, nariz e boca;
- avisar seu médico caso apresente algum sintoma como febre, tosse e dificuldades para respirar antes mesmo de comparecer a clínica.
Tenha atenção sobre a rotina de exames
Por fim, o planejamento para a fertilização in vitro consiste também na realização de exames antes de iniciar o tratamento. Afinal, o casal deve investigar as causas da infertilidade realizando procedimentos como ultrassom, espermograma, avaliações hormonais, exames para HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, rubéola, Zika Vìrus, Covid-19, e outros.
Seguindo as informações acima, planejar a fertilização in vitro mesmo em um momento de pandemia como o que estamos vivendo será mais seguro e tranquilo, permitindo que o casal não seja prejudicado com a necessidade do adiamento deste procedimento.
Quer saber mais sobre este assunto? Então, conheça os 4 primeiros passos para quem deseja fazer fertilização in vitro!