O que é transferência de embriões congelados?
As técnicas de criopreservação, ou congelamento, seja de gametas (óvulos e espermatozoides) ou de embriões, ofereceram a homens e mulheres com problemas de fertilidade, novas possibilidades para a reprodução humana assistida.
Os procedimentos são regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como forma de proteger pessoas que precisam recorrer a técnicas como a transferência de embriões para ter filhos.
Na transferência de embriões congelados, os gametas são coletados e fertilizados em ambiente especializado (em laboratório). Após atingirem o estágio de desenvolvimento esperado, são criopreservados ( congelados), para em uma segunda etapa serem transferidos para o útero da mulher.
O congelamento é realizado por meio de técnica chamada vitrificação, responsável por isolar e manter os embriões em baixas temperaturas. Assim, sua composição e funcionalidade são mantidas inalteradas e funcionais até que ocorra a transferência para o útero no futuro.
Após o preparo do útero para receber os embriões, os mesmos são descongelados no laboratório, no dia agendado para a realização da transferência e colocados dentro do útero da mulher.
Como é feita a transferência dos embriões congelados?
A transferência de embriões congelados é feita quando a mulher decide seguir com a gestação. É necessário fazer o preparo da camada interna do útero, chamada endométrio, previamente à transferência. Isso porque o endométrio deve estar proliferado e receptivo ao embrião para que ele possa nidar e desenvolver em gravidez.
Uma das formas de fazer esse preparo é utilizando medicamentos similares ao estrogênio (orais ou gel transdérmico) para fazer o endométrio proliferar (crescer). Após cerca de 7-20 dias de uso dessa medicação, é feito um ultrassom onde se verifica se a espessura e aspecto do endométrio estão adequados. Caso esteja, associa-se uma nova medicação similar à progesterona, para deixar o endométrio já proliferado agora mais secretor e receptivo ao embrião.
A transferência do embrião é agendada e neste dia ele é descongelado no laboratório. A transferência é um procedimento que não necessita sedação ou jejum, portanto a mulher e a parceria acompanham essa etapa que é de muita emoção.
No ato da transferência, é realizada monitorização por ultrassonografia pévica, portanto a mulher deve estar de bexiga cheia. É inserido o espéculo ( aparelho vaginal para visualização do colo do útero – o mesmo que é utilizado na coleta do exame de Papanicolaou). Após, é inserido um cateter guia pelo colo do útero e quando ele está posicionado dentro do útero, é montando o cateter interno que contem o embrião. Esse cateter interno então é inserido até o fundo da cavidade endométrio e o embrião é depositado neste local. Após, são retirados os cateteres e os espéculos. A mulher fica em repouso por alguns minutos e logo é liberada para esvaziar a bexiga.
A transferência embrionária costuma ser bastante tolerável para a maioria das mulheres não necessitando de formas de analgesia.
Alguns dias após a transferência do embrião (9-12 dias), é realizado o exame de gravidez (beta-HCG).
Quando a transferência de embriões congelados pode ser realizada
A transferência de embriões congelados acontece principalmente para preservar a fertilidade do casal, em casos de doenças ou tratamentos que possam levar à infertilidade.
Além disso, também é realizada quando existem embriões excedentes em um ciclo da fertilização in vitro. Assim, podem ser utilizados pelo casal futuramente. A seguir, conheça também os principais motivos que levam mulheres a realizar a criopreservação para uma transferência de embriões no futuro.
Motivos pessoais
Espera por um relacionamento estável, incerteza sobre o desejo de ser mãe e outros fatores pessoais levam muitas mulheres a adiar a maternidade. A criopreservação de embriões é uma das opções para solucionar o problema da redução da fertilidade que acontece a partir dos 35 anos. Em alguns casos, os embriões são preservados por muitos anos.
Motivos profissionais
Muitas mulheres desejam realizar diversas conquistas profissionais antes de se tornarem mães. Para isso, é preciso se planejar e conhecer métodos para aumentar as chances de ter uma gestação saudável no futuro. Isso pode ser feito por meio da transferência de embriões congelados.
Tratamento oncológico
A quimioterapia e radioterapia são usadas no tratamento de diversos tipos de câncer, mas podem causar infertilidade prejudicando a qualidade ou reduzindo o número de óvulos. Esses fatores podem variar de acordo com o tipo de tratamento, a idade da paciente e o local da radiação.
Por meio da criopreservação de embriões, mulheres que se tornarem inférteis podem ter filhos após o tratamento do câncer. Para isso, é preciso que óvulos sejam retirados antes da quimioterapia e radioterapia e que os embriões sejam criados em laboratório e congelados para serem usados após o tratamento.
Busca por estabilidade financeira
Ter uma criança requer planejamento de gastos com saúde, educação e outros aspectos. Por isso, muitos casais desejam ter estabilidade financeira antes de ter os filhos. Esse planejamento deve considerar também a redução da fertilidade feminina após os 35 anos de idade.
As chances de realizar o sonho de ser mãe têm aumentado com os avanços da medicina. Seja por razões médicas ou pessoais, é possível adiar a maternidade para momentos que anos atrás seriam impensáveis. A criopreservação de embriões é um dos métodos mais confiáveis para tentativa de preservar a fertilidade.
Assim como em casos de endometriose grave, a criopreservação e transferência de embriões congelados contribui para que casais possam realizar o sonho de constituir uma família, mesmo em casos de infertilidade.Quer saber mais sobre este assunto? Então, confira se a transferência de mais de um embrião influencia nas chances de sucesso da FIV!