Os procedimentos de reprodução assistida buscam aprimorar cada vez mais suas técnicas para aumentar a precisão e chances de sucesso. Dentro do tratamento de Fertilização in Vitro existe uma técnica chamada biópsia embrionária, na qual os embriões são analisados antes de serem inseridos no útero materno.
O procedimento também recebe o nome de Diagnóstico Pré-Implantacional (DPI) e tem como objetivo diagnosticar nos embriões a existência de alguma doença genética ou cromossômica antes de dar continuidade ao processo. Ao longo deste texto você entenderá como é feito o procedimento da biópsia embrionária e quando ela é necessária.
Biópsia embrionária: o que é
A Biópsia é um exame em que se observa qualquer mudança ou comportamento incomum das células humanas, como alteração da forma ou tamanho. No caso da DPI, ao observar as células é possível estudar os cromossomos presentes e avaliar se existe alguma alteração capaz de gerar falhas no tratamento ou aborto espontâneo.
Como é realizada
A biópsia pode ser realizada em embriões que estão em processo de clivagem e possuem 3 dias ou embriões em estágio blastocisto, que possuem 5 ou 6 dias. Nos dois casos, as células direcionadas são enviadas a um laboratório de genética que as analisa e oferece um resultado em 1 ou 2 dias.
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Embriões de 3 dias
Durante o procedimento são analisados entre 5 e 9 cromossomos de uma célula retirada do embrião. São estudados os cromossomos mais comumente relacionados a malformações fetais e abortos espontâneos.
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Embriões de 5 ou 6 dias
Em seu quinto ou sexto dia, o embrião já possui cerca de 100 células ou blastômeros, sendo possível a retirada de um maior número sem comprometer seu desenvolvimento. Neste procedimento são estudados os 24 cromossomos de mais de uma célula – entre 6 e 10.
Com o estudo de todos os cromossomos, é possível detectar algumas síndromes causadas por alterações no número ou forma dos mesmos, como a Síndrome de Down e a Síndrome de Turner. Também é possível analisar algum gene específico caso o casal seja portador de alguma doença genética, como a distrofia muscular.
Quando é necessária
A biópsia embrionária não é realizada em todos os tratamentos de Fertilização in Vitro. O procedimento é recomendado nos seguintes casos:
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Idade materna avançada
Os óvulos gerados por mulheres com mais de 40 anos possuem mais chances de resultarem em embriões com malformação ou que venham a sofrer um aborto espontâneo.
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Cariótipo alterado
Alterações nos cariótipos podem gerar repetidos abortos espontâneos.
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Doença genética na família
Se algum dos futuros pais possui algum caso de doença genética na família é importante verificar se o embrião carrega o gene portador da doença.
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Casais pertencentes à mesma família
Caso os parceiros pertençam à mesma família – como primos, tio(a) e sobrinho(a) de primeiro, segundo ou terceiro grau – é importante realizar o procedimento mesmo que não exista uma doença genética previamente conhecida.
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Filhos anteriores com cromossopatias
Se o casal já possui um ou mais filhos com Síndrome de Down, Síndrome de Turner ou alguma outra cromossopatia.
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Decisão final é do casal
Geralmente quando o casal se enquadra em um dos casos citados os profissionais recomendam que o procedimento seja realizado para aumentar as chances de gerarem filhos saudáveis, mas a decisão final cabe aos pais. Um casal que não pertença a nenhum dos grupos indicados também pode optar por realizar a biópsia embrionária como medida preventiva. Porém o procedimento só é permitido por motivos de saúde e não para a escolha do sexo do embrião.
Riscos para o embrião
Com o avanço tecnológico, a precisão e eficácia do procedimento estão cada vez maiores. Porém existe um pequeno risco de que o embrião seja danificado durante o procedimento, atualmente esses riscos são muito baixos, correspondem a 5% dos casos. Além do pequeno risco de perda embrionária não existe nenhuma contraindicação para a realização da biópsia.
Múltiplos embriões alterados
Caso o embrião analisado em laboratório contenha alguma anomalia é recomendado que sejam realizadas biópsias embrionárias até encontrar um embrião saudável. Existem alguns casos em que são feitas diversas tentativas sem sucesso. Como estas situações geralmente estão relacionadas à idade ou problemas genéticos não há nenhum procedimento a ser feito para garantir o surgimento de embriões saudáveis e o indicado é recorrer à doação de óvulos.
Conclusão
O processo de reprodução assistida costuma ser um momento muita ansiedade na vida do casal, a expectativa de gerar um filho é grande e o desejo é de que o resultado positivo chegue o mais rápido possível. Em um momento no qual as emoções estão à flor da pele, cada tentativa sem sucesso representa uma grande frustração, especialmente quando acontecem abortos espontâneos.
A biópsia embrionária é um procedimento simples e rápido que oferece baixos riscos e costuma trazer mais segurança quanto à saúde dos filhos e chances de uma gestação de sucesso.
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